PEQUENAS LEMBRANÇAS
Conceição da Aparecida.
Esta é a cidade onde nasci. Desde pequena, fui criada na zona rural. Meu
pai era lavrador. De sol a sol, trabalhava sem cessar. Plantava arroz,
feijão, milho e cana. Tínhamos um engenho em casa. Como era bom o suco
de cana!
Lembro de minha infância com saudade. Naquele tempo não
existiam bonecas e brinquedos como hoje. Nós inventávamos esses
brinquedos. Minhas bonecas eram confeccionadas de pano com os cabelos de
linhas de crochê. Eram chamadas de “Bruxinhas”, de tão feias quer eram.
A tardinha, sempre nos reuníamos em torno de meu pai e seu irmão
enquanto eles tocavam violão, nós dançávamos e cantávamos. Quanta
felicidade!
E o estudo? Meu lápis era uma pena. Eu a molhava em
uma tinta que ficava em um potinho redondo e para escrever usava uma
pedra de cimento, que após o aprendizado era apagada com um paninho
molhado. Quem me alfabetizava eram pessoas da família que sabiam ler e
escrever.
Nossas roupas, após serem passadas por ferro de brasa
de carvão, eram muito bem guardadas dentro de uma caixa baú. Minha mãe,
sempre zelosa, mandava fazer vestidinhos godês. Saias só abaixo do
joelho. As costureiras, muito caprichosas, confeccionavam o vestuário
tudo à mão, pois não havia máquina.
Quando mudei para cidade, não
estranhei muito. Aqui quase não havia casa. A praça não era asfaltada,
assim como a cidade. As casas eram iluminadas com lampião ou lamparina.
Banho,
só dd bacia, pois não havia energia elétrica. Minhas irmãs e eu
buscávamos água em um poço e com uma canequinha, íamos nos banhando.
Também
não havia supermercados. As pequenas “vendas”, como eram chamadas,
comercializavam arroz, feijão, apenas o básico. Padaria? A do senhor
Chico era a única! E quanta coisa gostosa!
Éramos felizes! Todos
se conheciam e visitávamos uns aos outros. Tudo era muito simples. As
pessoas se amavam como irmãos. Hoje, com o agito do progresso, as coisas
mais simples foram deixadas para trás.
Stephanne Kellen Bruno da Silva
7º ano C
Profª. Dayse de Andrade Sulmoneti Silva
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