terça-feira, 16 de outubro de 2012

OLIMPIADA DE PORTUGUÊS

PEQUENAS LEMBRANÇAS



Conceição da Aparecida. Esta é a cidade onde nasci. Desde pequena, fui criada na zona rural. Meu pai era lavrador. De sol a sol, trabalhava sem cessar. Plantava arroz, feijão, milho e cana. Tínhamos um engenho em casa. Como era bom o suco de cana!
Lembro de minha infância com saudade. Naquele tempo não existiam bonecas e brinquedos como hoje. Nós inventávamos esses brinquedos. Minhas bonecas eram confeccionadas de pano com os cabelos de linhas de crochê. Eram chamadas de “Bruxinhas”, de tão feias quer eram.
A tardinha, sempre nos reuníamos em torno de meu pai e seu irmão enquanto eles tocavam violão, nós dançávamos e cantávamos. Quanta felicidade!
E o estudo? Meu lápis era uma pena. Eu a molhava em uma tinta que ficava em um potinho redondo e para escrever usava uma pedra de cimento, que após o aprendizado era apagada com um paninho molhado. Quem me alfabetizava eram pessoas da família que sabiam ler e escrever.
Nossas roupas, após serem passadas por ferro de brasa de carvão, eram muito bem guardadas dentro de uma caixa baú. Minha mãe, sempre zelosa, mandava fazer vestidinhos godês. Saias só abaixo do joelho. As costureiras, muito caprichosas, confeccionavam o vestuário tudo à mão, pois não havia máquina.
Quando mudei para cidade, não estranhei muito. Aqui quase não havia casa. A praça não era asfaltada, assim como a cidade. As casas eram iluminadas com lampião ou lamparina.
Banho, só dd bacia, pois não havia energia elétrica. Minhas irmãs e eu buscávamos água em um poço e com uma canequinha, íamos nos banhando.
Também não havia supermercados. As pequenas “vendas”, como eram chamadas, comercializavam arroz, feijão, apenas o básico. Padaria? A do senhor Chico era a única! E quanta coisa gostosa!
Éramos felizes! Todos se conheciam e visitávamos uns aos outros. Tudo era muito simples. As pessoas se amavam como irmãos. Hoje, com o agito do progresso, as coisas mais simples foram deixadas para trás.




Stephanne Kellen Bruno da Silva
7º ano C
Profª. Dayse de Andrade Sulmoneti Silva

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